Personagem do documentário brasileiro Lixo Extraordinário, que concorre na 83 ºedição do Oscar, ele é candidato a subir ao palco do teatro Kodak para receber pelo país a estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, no dia 27 de fevereiro, em Los Angeles.
Vik Muniz, artista plástico que tem o trabalho retratado na produção, filmada ao longo de dois anos em um dos maiores aterros sanitários do mundo, o Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na periferia do Rio de Janeiro, pretende levar o moço para a premiação mais badalada do cinema.
Caso o documentário ganhe e Tião, como é carinhosamente chamado por amigos e familiares, for à festa, qual será o seu discurso?
Já que todo astro e estrela leva aquele papelzinho no bolso para “colar” na hora dos agradecimentos.
- O Vik quer que eu vá. Vai ser o maior mico da história do Oscar ou será uma das comemorações mais humanas de sua história! Eu não vou decorar fala alguma. Vou falar de improviso. Eu sou melhor de improviso. Minha trajetória não é ficção.
- Todo dia tenho uma bateria de entrevistas. Só ontem, foram 12. Minha vida virou de cabeça para baixo. Surreal o que está acontecendo. A ficha ainda não caiu. É uma guinada louca.
Mas Santos afirma que continua com os "pés bem no chão" e garante que a fama repentina nunca ofuscará seu objetivo principal. Para ele, o que é mais gratificante nisso tudo é a visibilidade que sua categoria de catadores ganha na mídia.
- Isso chama a atenção para os catadores, que trabalham numa situação desumana. Nos ajuda a reivindicar uma política de inclusão social para a categoria e uma remuneração melhor.
O documentário Lixo Extraordinário relata a trajetória do lixo dispensado no Jardim Gramacho, maior aterro sanitário da América Latina, até ser transformado em arte pelas mãos do artista plástico Vik Muniz e seguir para prestigiadas casas de leilões internacionais. Consagrado pelo público como melhor documentário em festivais como Sundance, Berlim e Paulínia, entre outros, a obra tem codireção dos brasileiros João Jardim (Janela da Alma e Pro Dia Nascer Feliz) e Karen Harley e direção da documentarista inglesa Lucy Walker. Ele também foi exibido fora de competição no Festival do Rio e na Mostra São Paulo, em 2010.
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